Orixás

18-10-2010 20:14

 

IRÔKO

 

Poderosa árvore da floresta, em cujos galhos se abrigam divindades e ancestrais.
Poderosa árvore da floresta, aos pés da qual são depositadas as oferendas para as Ìyàmi Ajè.
Poderosa árvore da floresta, cujas raízes alcançam o Òrún ancestral e o tronco majestoso serve como apoio ao próprio Olòfín.
Iroko é partícipe do culto ancestral feito às árvores sagradas (Iroko, Apaoka, Akoko etc).
No Brasil é considerado o protetor de todas as árvores, sendo associado particularmente à gameleira branca. Seu culto está intimamente associado ao de Osànyín, a Divindade das Folhas litúrgicas e medicinais.
É o Òrìsà da floresta, das árvores, do espaço aberto; por extensão governa o tempo em seus múltiplos aspectos, função que o equipara a Airá (divindade da família de Sangò).
É cultuado pelas nações de origem dahomeana (Mina-Gêge, Gêge-Mahi) com o nome de Lokó e pelos Banto-sudaneses pelo nome de Zaratembo (a divindade Tempo da nação de Angola).
É referido como "Òrìsà do grande pano branco que envolve o mundo", numa alusão clara às nuvens do Céu.
As árvores nas quais Iroko é cultuado normalmente são de grande porte; são enfeitadas com grandes laços de pano alvo (oja fúnfún) e ao pé dessas árvores são colocadas suas oferendas, notadamente nas casas de origem Ketu, onde recebe lugar de destaque. Jamais uma dessas árvores pode ser derrubada sem trazer sérias consequências para a comunidade.
No culto aos Vodún, Loko ocupa lugar destacado, comparado somente à Lisa (Osalá) e Dan (Osùmarè).
Iroko é invocado em questões difíceis, tais como desaparecimento de pessoas ou problemas de saúde, inclusive a mental. Seus filhos são altivos e generosos, robustos na constituição, extremamente atentos a tudo o que ocorre a sua volta.
Seu dia de culto é Ojo Isegún, juntamente com todos os Òrìsà ligados as matas e a terra.

Iroko é um Orixá pouco cultuado no Brasil; Seus filhos também são raros.Iroko vive na mais suntuosa árvore que há numa roça de candomblé' e também nas matas.

Representa a ancestralidade, nossos antepassados, pais, avós, bisavós, tataravôs. Representa também o seio da natureza, morada dos orixás...

Desrespeitar iroko, (grande e suntuosa árvore ) é desrespeitar sua dinastia, seus avós, seu sangue...Iroko representa a história do ylé, assim como, de seu povo...Protegendo sempre o mesmo das tempestades.Iroko protege muito seus filhos...

 

Arquétipos:

Eloqüentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos. Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem.Se apaixona com facilidade, assim como gostam de liderar.Dotados de senso de justiça, são amigos queridos e inimigos terríveis. Porem se reconciliam facilmente. Não conseguem guardar segredos.

 

Lendas:

 

QUEM PROMETE A IROCO DEVE CUMPRIR.

 

Havia uma vendedora de obis e orobôs que todos os dias, ao ir para o mercado, passava por um grande pé de iroco e lhe deixava uma oferenda, pedindo que ajudasse a engravidar, assim mais tarde, teria alguém para ajudá-la com a mercadoria que carregava na cabeça num pesado balaio e, também companhia na velhice.Prometia a Iroco um bode, galos, obis, orobos e uma série de oferendas da predileção do Orixá da Arvore.A mulher concebeu e deu a luz a uma filha, esquecendo-se da promessa no mesmo instante. Ao ir para o mercado, escolhia outro caminho, esquivando-se de passar perto de Iroco, com medo que o Orixá cobrasse a promessa.A menina cresceu, forte e sadia e, um dia a mulher teve necessidade de passar, com a filha, perto de Iroco.Não tinha outro jeito se não por ali. Saudou a arvore, sem se deter, e seguiu seu caminho, com o balaio na cabeça.A criança parou junto a quem lhe tinha dado a vida (sem de nada saber), achando Iroco belo e majestoso.Apanhou uma folha caída no chão e não se deu conta que a mãe seguia em frente, andando mais depressa que de costume, quase correndo. Quando a mulher percebeu que tinha caminhado ligeiro demais, já estava muito afastada da menina.Olhando para trás. Viu a arvore bailando com a criança e falando da promessa abandonada. As enormes raízes abriram um buraco na terra, suficientemente grande para tragar a menina, propriedade do orixá."Quem prometer, que cumpra

 

Saudação: Irôko I Só!

Numero: 11

Simbolo: grelha (representando as direções do tempo)

Cor: verde,marrom e branco

Dia da semana: Quinta-Feira

Comida: inhame, carneiro, papagaio e tartaruga

Elemento: Arvoré (gameleira)

 

 

 

OBÁ

 

"Obá, era aterceira esposa de Sango, deusa do rio Ibu ou Obá".Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo e lança. Na dança briga com Oxum que a induziu a cortar uma das orelhas . "Obá era muito enérgica e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. A rivalidade surgiu entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça, quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava. Quando Obá chegou, Oxum, , estava com a cabeça coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação, retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa. Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada, seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes. Diz o ditado: "Obà Má Bosun" ( Não se pode sacrificar ao mesmo tempo à Obà e à Osùn), que se diz todas as vezes que dois irmãos brigam.Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas.Tudo relacionado a Obá é envolto em um clima de mistério.Ela usa um ofá (arco e flecha)Obá usa a festa da fogueira de Xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas que lhe foi mais fiel.

 

QUALIDADES:

 

Obá Gideo

Obá Rewá



  • Seu maior símbolo..........espada, escudo


  • Suas plantas............ipoméia, mangueira, manjericão, rosa branca


  • Seu dia...........................segunda-feira quarta-feira


  • Sua cor...........................laranja, amarelo e vermelha


  • Seu mineral.....................cobre


  • Seus elementos................fogo.água


  • Saudação........................Obá Xirê!


  • Domínios:......................águas revoltas


  • Comidas:........................moqueca de ovos, abará, amalá, padê. Manga espada


  • Animais:........................galinha d’angola


  • Quizilas..........................sopa, peixe de água doce


  • Características.................responsável, equilibrada, justiceira, séria, reprimida, invejosa, ressentida, intrigante.


  • O que faz : ....................defende a justiça, procura refazer o equilíbrio.


  • Riscos de saúde...............problemas de ouvido e garganta, fraqueza de vários órgãos.

Arquétipo dos filhos:

O arquétipo de Obá é a das mulheres valorosas e incompreendidas. Suas tendências um pouco viris fazem-nas freqüentemente voltar-se para o feminismo ativo. As suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram geralmente compensação para as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantias de sucesso.As pessoas de Obá tem temperamento forte, sensual. Ciumentas e apaixonadas elas não tem sorte no amor, são carentes e solitárias, fieis, sofridas, guerreiras, combativas, impetuosas e vingativas. Ao mesmo tempo são pessoas envolventes, sedutoras e objetivas.

 

 

 

IBEJis

 

 

Ibejis são divindades gêmeas infantis, é um orixá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.Divide-se em masculino e feminino,(gêmeos). No oyó cultua-se como erês ligado a qualidades de xangô e oxun. Popularmente conhecido como xangô e oxun de ibeji.Os orixás gêmeos protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram problemas de parto. Em algumas casas de candomblé e batuque são referidos como erês (crianças) que se manifestam após a chegada do orixá chamados de axé erês ou axêros. Em outras são cultuados como xangô e ou oxum crianças. Porém na verdade são orixás independentes dos erês.Por serem gêmeos, estão ligados ao princípio da dualidade e de tudo que vai nascer, brotar e criar.
 
LENDAS:


 


Existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão. Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.


 


LENDAS:


 


Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gêmeos morreu. Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa. Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.
 
SAUDAÇÃO: Erêmin!
CORES: todas as cores
DIA DA SEMANA: quarta-feira
SÍMBOLOS: brinquedos
ELEMENTO: espaço aberto, ar
ANIMAL SAGRADO: frango
 
Arquétipos:
 
Jovens, brincalhões, irreverentes e enérgicos. Mesmos os adultos filhos deste orixá, possuem características infantis.

 

 

EWA

 

Iyewà é o orixá da alegria, do belo, dos cantos, da vida e das belezas que a vida nos da. Iyewá é quem rege todas as mutações, seja elas orgânicas ou inorgânicas; é o orixá responsável pela mudança das águas, de seu estado sólido para gasoso ou vice-versa. Ela é quem gera as nuvens e chuvas: quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando figuras pois ali esta ewá, dando diferentes forma. Iyewá é responsável pelo ciclo interminável de transformação da água em seu diversos estados. Ela esta ligada às mutações dos vegetais e animais; ela esta ligada às mudanças e transformações, seja brusca ou lentas; ewá é o desabrochar de um botão de rosa, ela é uma lagarta que se transforma em borboleta, ela é a água que vira gelo e o gelo que vira água, ela quem faz e desfaz. Iyewá é a própria beleza contida naquilo que tem vida é o som que encanta, é a alegria, é a transformação do mal para o bem: enfim ewá é a vida.
 
 
Também conhecida como Ìyá Wa. Assim como Iemanjá e Oxum, também é uma divindade feminina das águas e, às vezes, associada à fecundidade. É reverenciada como a dona do mundo e dona dos horizontes.

Em algumas lendas aparece como a esposa de Oxumaré e pertencendo a ela a faixa branca do arco-íris, em outras como esposa de Obaluaiê ou Omulu. Seu dia é o sábado, sua cor o vermelho escuro (cristal).