EXU

18-10-2010 20:12

 

MAIS SOBRE O ASSUNTO

 

Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Observe-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de Umbanda - e mesmo de Candomblé- não têm uma idéia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. Na verdade, essa Entidade não deve ser confundida com os eguns (obsessores), apesar de transitar na mesma Linha das Almas (uma das três linhas independentes) sendo o seu dia a segunda-feira, ficando sob o seu controle e comando os Kiumbas, espíritos atrasadíssimos na evolução e que são orientados pelos Exus para que consigam a evolução através de trabalhos espirituais feitos para o bem.
Sua função mítica é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Exu. É ele quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível a presença dele para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.
O poder de comunicar e ligar, confere a ele também o oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.
Há algumas diferenças na maneira de ver a divindade Exu no Candomblé e na Umbanda. No primeiro, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenômenos naturais. O Candomblé considera que as divindades, ou seja, os Orixás incorporam nos médiuns (cavalos ou aparelhos). Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios.
A Umbanda vê os Exus não como deuses, mas como energia ou força primitiva. A substância pura. Em síntese o grande agente mágico de equilíbrio universal. Nos terreiros sérios julgam-no como um dos maiores, se não o maior executor da Lei Kármica, embora, às vezes inconscientemente. Também é o guardião dos trabalhos de magia, onde se opera com forças ou entidades do baixo astral. E também são considerados como "policiais", que agem pela Lei, no submundo do "crime" organizado e principalmente policiando o Médium no seu dia-a-dia. As "equipes" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam, a maior parte do tempo nela, mas, não fazem parte dela.
Esses espíritos utilizam-se de energias mais "densas" (materiais). Note-se que essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de Exu para um espírito é transitória, podendo este, uma vez redimidas suas dívidas perante a Lei Divina, se reencarnar como pessoa na Terra ou seguir no mundo dos espíritos em escalas mais elevadas de evolução (podem passar a pertencer a falanges de Pretos Velhos etc). Essas falanges, e outras, são a divisão ou escala à qual pertencem os espíritos, mais ou menos equivalentes à escala espírita definida por Kardec.
Os trabalhos malignos (os tão famosos "pactos com o diabo" ), como matar por exemplo, não são acordos feitos com os Exus, mas com os Kiumbas que agem na surdina e não estão sob a orientação de algum Exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são: existência de um Deus único, crença de entidades espirituais em evolução, crença em Orixás e Santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual, crença em guias mensageiros, na existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium, e o uso de ervas e frutos. Jamais sangue, e caridade acima de tudo.
Os Exus são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente). Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma enorme egrégora formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os Kiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais fortalecidos.
O verdadeiro Exu não faz mal a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau, recebe o mau de volta através da força dele. Ele devolve, as vezes até com mais intensidade os trabalhos malignos que alguns fizeram contra outros. Alguns Exus foram pessoas como políticos, médicos, advogados, trabalhadores, vadios, prostitutas, pessoas comuns, padres etc, que cometeram alguma falha e escolheram - ou foram escolhidos para - vir nessa forma a fim de redimir seus erros passados; outros são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas, e combatendo o mal. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem luz (Kiumbas). Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
A Doutrina Espírita trata-os como espíritos imperfeitos, almas dos homens que, por terem cometido crimes perante a Lei Divina, são submetidos a difíceis provas, cujo único objetivo é o de que possam compreender a extensão do mal que praticaram em outras vidas.
De um modo geral, pode-se dizer que nos terreiros sérios de Umbanda e Candomblé, independentemente da gira ou engira (Lei) que sigam, assim como os Centros Espíritas, manifestam-se os mesmos seres, espíritos ou energias vivas e inteligentes que são a essência de nós mesmos.
Uma verdadeira casa de caridade é sempre reconhecida pela gratuidade dos serviços prestados a quem procura ajuda, seja na Umbanda, no Candomblé, no Vodu ou no Centro Espírita.

 

EXÚ

 

Orixá Princípio de Movimento e Interligação !!!O Mensageiro dos Orixás!!!

 

Exú pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade.

 

O ARQUÉTIPO DE EXÚ

 

Os filhos de Exú possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Exú não têm paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas. Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Exú é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.

 

Exú OroÉ

O responsável pela transmissão do poder através da fala. Ele é quem dá para os sacerdotes e sacerdotisas o poder de accionar as forças espirituais através das evocações sagradas: preces, encantamentos, cânticos. Existem algumas palavras de grande axé usadas nos rituais sagrados que muitas vezes não se conhece a tradução. Elas funcionam como códigos para abrir certos portais do mundo Invisível (ORUN), accionando o poder para transformar as nossas vidas. Somente Exú Oro conhece estes segredos, e somente ele pode dar a autorização necessária para entrarmos nestes mistérios.

Exú OpinÉ

O Exú que deve ser evocado sempre que queremos estabelecer um local como sagrado. É ele quem faz a demarcação dos limites que separam o espaço sacralizado do espaço comum. Fazendo uma construção e se nela queremos instalar os nossos assentamentos de Orixás, além de evocar o Exú do nosso caminho pessoal será necessário pedir a Exú Opin que aceite uma oferenda para consagrar o lugar. A partir desse momento, aquele local deve passar a ser usado exclusivamente para fins religiosos, e deve haver uma separação bem nítida entre este espaço e o espaço livre para a circulação.
No caso de se colocar, por exemplo, um assentamento dentro de casa, é aconselhável colocá-lo sobre uma esteira e, se possível cercar em volta com uma outra esteira. Sempre pedindo a Exú Opin para sacralizar o ambiente, não importa a localização ou tamanho. Isto é válido, também, para os ambientes ritualísticos estabelecidos ao ar livre.

Exú GOGO

Este caminho de Exú *Divino Executor*. É conhecido também como o Exú responsável pela recompensa divina a todos os actos dos seres humanos (e também dos seres espirituais). Exú Gogo conhece todas as nossas reencarnações e estende a sua acção através destes diversos ciclos encarnatórios. Aquilo que costumamos chamar lei do retomo é exactamente a função do Exú Gogó fazer este retorno acontecer: O bem recompensado com o bem; o mal recompensado com o mal. Dentro destas atribuições de cobrança espiritual e material encontra-se sempre a chance de todos se arrependerem, pagarem por seus erros e tomarem um outro ritmo de vida. Quando isto não acontece numa vida, poderá ser resgatado numa próxima encarnação.

Exú WARA

Ele é o Exú que controla os relacionamentos Interpessoais. Ou seja: amizade, sociedade de negados, casamento, companheirismo de trabalho, vinculo familiar, fraternidade religiosa… Enfim, todos os tipos de relacionamentos só possuem um estado de plena compreensão, harmonia e verdadeira colaboração quando aprovados por ExúWara.Sempre que se planeja estabelecer um novo vinculo é aconselhável consular Exú Wara e, de preferência, fazer-lhe uma oferenda de apaziguamento, para que tudo possa ocorrer sempre na mais perfeita ordem, sem possibilidades de atrito, confusão, mal-entendidos, etc…

As qualidades mais conhecidas de Exú são:

 

Exú Elegbára = senhor do poder

Exú Yangi = pedra vermelha de laterita, primeira protoforma existente – água + terra

Exú Àgbá = pai-ancestral (representação colectiva de todos os exús individuais)

Exú Obá = rei-de-todos

Exú Alakétu = título dado a exú pelos kétu da Bahia - rei do povo Kétu

Exú Elebo = senhor-das-oferendas

Exú Ojìse-ebo = encarregado-e-transportador de oferendas

Exú Elérú = senhor do erú (carrego)

Exú Olòbe = proprietário e senhor da faca

Exú Enú-gbárijo = explicitador de mensagens

Exú Bara = o rei do corpo (obá + ara) (princípio de vida individual)

Exú Odara = aquele que guia (mostra o caminho, vai na frente)